Donos de postos de combustíveis localizados no estado afirmaram, ontem, durante reunião no Procon Estadual, que não poderão baixar a margem de lucro bruta do negócio, fato que, se concretizado, ajudaria a reduzir os preços dos combustíveis nas bombas. A redução na margem dos estabelecimentos foi pedida pelo Comitê Gestor do Combustível, grupo defende o barateamento destes produtos para o consumidor.
Durante a reunião realizada no Procon, o Sindipostos disse que não poderia ditar preços médios
“Já houve redução de preço”, afirmou Hermando Amorim, empresário e diretor do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Rio Grande do Norte (Sindipostos/RN). O Sindipostos afirmou que não pode ditar um preço médio para os produtos, porque isso configuraria existência de cartel. Qualquer redução de preço, segundo o sindicato, será reflexo do próprio mercado. Os donos dos postos preferiram manter a margem e repassar a redução do etanol, quando ela ocorrer. Desta forma, a variação de preços dependeria somente do mercado e não da intervenção direta dos empresários.
Orientados a não falar sobre preço, os empresários permaneceram na defensiva durante toda a reunião. “O segmento não fala em redução. O setor jurídico nos orientou a não falar de preço”, comentou o empresário Cirne Júnior.
Escassez
Em meio às discussões, o temor. Pode faltar gasolina no RN. Em alguns estados, como São Paulo, já está faltando, como divulgou o Estadão. Segundo o jornal, a Petrobras enfrenta dificuldades para atender 100% das cotas prometidas às distribuidoras. “O problema é que a demanda por gasolina cresceu demais, por causa da alta do etanol, mas no geral a Petrobras tem se esforçado para não faltar combustível. Até agora os problemas têm sido pontuais e localizados”, afirmou uma fonte de uma distribuidora ao Estadão, em condição de anonimato. O Sindipostos/RN admite a possibilidade. “Como é um problema nacional, pode faltar gasolina também no RN. A distribuidora é uma só”, afirmou Hermando Amorim, um dos diretores do sindicato.
Através de nota à imprensa, o Sindicato Nacional das Distribuidoras de Combustíveis (Sindicom) esclareceu que com os elevados preços do etanol hidratado, ocorreu uma migração de consumo para a gasolina. Nos últimos dois meses, o consumo de etanol caiu quase 70%, enquanto o de gasolina subiu 25%. Esta migração, segundo o Sindicato, pode gerar atraso no atendimento de pedidos dos postos, normalmente, nos independentes – “bandeira-branca” – que optaram por não ter vínculo com uma distribuidora. Segundo o sindicato, o mercado já foi abastecido e a situação deve melhorar com a intensificação da colheita de cana em maio, quando os preços do etanol voltarão a cair.
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